A Gestão por Competências foi um dos "Sistemas de Gestão" mais celebrados no âmbito da Gestão Empresarial. Sua "proposta de valor" é que os processos de Atração, Recrutamento, Seleção, Contratação, Produção, Avaliação, Desenvolvimento, Certificação e Desligamento de pessoas, deveriam ter como base de referência e inteligência um "Dicionário de Competências", dispositivo de aquisição de linguagem de Gestão de Pessoas.

         Muitas empresas se declaram usuárias da Gestão por Competências sem se quer possuir pelo menos uma modelagem básica das competências essenciais ao seu negócio. A verdade é que para desenvolver um bom Dicionário de Competências é preciso possuir o Design dos Serviços Internos da Cadeia de Valor. No mínimo dos principais Macroprocessos. Para ter uma Mapa da Cadeia de Valor confiável é preciso que o mesmo tenha sido derivado das Propostas de Valor da Empresa para todas as Partes Interessadas. É aí que muitas empresas estão ficando pelo caminho. Simplesmente abriram mão do alinhamento de Designs.

         Mas, o mundo não para. Apesar da Gestão por Competências ainda ser uma prática de grande valor agregado caso seja praticada de maneira efetiva, penso ainda ter uma longa vida pela frente.

         O problema é que ela começou a perder a intensidade do seu brilho. Começamos a perceber a presença de uma outra prática: a "Gestão de Pessoas por Reputação". A proposta de valor da Gestão de Pessoas por Reputação é bem mais ampla e bem mais confiável.

         A Arquitetura da "Gestão de Pessoas por Reputação" reúne 5 perspectivas distintas  para o enquadramento de qualificações:

         a) Pessoal...........: Autenticidade, Valores, Transparência, Responsabilidade Social, Liderança e Legado.

         b) Intelectual.......: Certificados, Atestados de Capacidade, Credenciamentos, Publicações, Presença em Eventos e Apresentações, Competências, Cognição.

         c) Mercado..........: Imagem, Histórico profissional, Premiações, Autoridades, Avaliações, Citações, Rankings, Recomendações e Participações.

         d) Comportamental....: Reclamações, Ações judiciais, Processos, Recompensas, Elogios.

         e) Relacionamento.: Seguidores, Relacionamentos, Interações, Conexões, Mídias, Correspondências.

 

         A Gestão de Pessoas por Reputação fornece uma visão sistêmica da capacidade das pessoas a partir de um ECOSSISTEMA de fontes de informações que promove a convergência das qualificações para a definição de um perfil profissional mais fiel, efetivo e relevante para as Empresas, baseado em evidências concretas de produção intelectual.

         Como vocês estão percebendo, a Gestão de Pessoas por Competências não perdeu totalmente o seu brilho, mas o fato é que agora ampliamos nossa visão sobre as possibilidades de cada pessoa, agora queremos saber o que elas tem feito com as competências que declaram ter, assim como informações sobre a "Produtividade Intelectual" nos últimos anos.  Esse é o foco de interesse das empresas.

 

Era da Cognição

         Durante muito tempo, o sucesso de uma atividade de treinamento dependia da sua "Abordagem Pedagógica". O resultado é que as taxas de aproveitamento em iniciativas de capacitação tem ficado em torno de 15 a 25% de absorção se a abordagem tiver sucesso e o aluno estiver muito interessado. Além disso, as iniciativas de treinamento não tem um compromisso com a criação de uma Linguagem de Gestão Universal baseada no compartilhamento de ativos de conhecimento.

         Duas práticas podem transformar indústria de capacitação de pessoas. A primeira é o Espiral Cognitivo. O Espiral Cognitivo sugere que para o aprendizado acontecer é preciso o alinhamento dos processos mentais de: Motivação, Atenção, Percepção, Memória sensorial, Memória de Trabalho, Evento ou Experiência e Memória de longo prazo.

        Se esse alinhamento falhar existe um "débito" imediato na conta de qualidade do aprendizado. Enfim, é preciso estar "ligado" com base no espiral cognitivo durante todo o processo de aquisição de conhecimento.

         A outra prática é a formatação da "Rede Neural Corporativa - RNC" composta por uma descrição 5w1h da RNC, um Modelo Mental que apresente a dinâmica de seus componentes e finalmente um fluxo de operação dos elementos.

        A ideia é que toda iniciativa de capacitação deva ter como base pedagógica a Rede Neural Corporativa pertinente. Essa prática garantirá que através de uma dinâmica de repetição de exercícios de fixação da RNC, nosso cérebro possa construir a Rede Neural Biológica - RNB correspondente com o compromisso de 70% ou mais de fidelidade. Esse é o princípio gerador da Inteligência que se desenvolve a partir de nossas experiências pessoais e corporativas, a partir do processo de "viver".

       Mas o principal benefício das Redes Neurais Corporativas não é esse. Ela promove uma unidade de pensamento entre os colaboradores treinados. Todos vão compartilhar o mesmo contexto sugerido pela RNC abordada promovendo a tão sonhada Linguagem de Gestão Universal.

       Paramos por aí? Ainda não. As Redes Neurais Corporativas juntamente com alguns exemplos de suas aplicações (execuções) servirão de referência para o design e treinamento de Redes Neurais Artificiais - RNA, cuja missão é a simulação de nossos pensamentos em circunstâncias similares já experimentadas por nós, humanos.

 

Recomendação

         Bem, temos dois bons motivos para repensar nossos processos de Gestão de Pessoas e de Capacitação de Colaboradores. É claro que você está meio "inquieto" sendo empurrado para fora da sua "zona de conforto". Faça a você mesmo a seguinte pergunta: Tem sentido? Pense em como as coisas poderiam ser se você entrasse nessa jornada. Pense como um Business Designer.

 

 

 

Era da Cognição

Artigo sobre:

 

Design de Inteligência

Estudos complementares